We’ve updated our Terms of Use to reflect our new entity name and address. You can review the changes here.
We’ve updated our Terms of Use. You can review the changes here.

A BALADA DO COIOTE

by tv rural

/
  • Streaming + Download

    Includes high-quality download in MP3, FLAC and more. Paying supporters also get unlimited streaming via the free Bandcamp app.
    Purchasable with gift card

      name your price

     

1.
quem me chamou, chamou, chamou? pensei que te acalmava a dor mas que me tinhas bem domado mantido numa caixa algures fechado e bem guardado bem sei que te queria agora o bem que me fazia agora quem me chamou, chamou, chamou? senti-te manobrado vieste cheio de gana de nervos à flor da pele e focado num só tema bem sei que te queria agora o bem que me fazia agora (vem ter comigo lá fora) vês é aquele ali ... vá, dá-lhe o toque
2.
modera a ansiedade de te veres a eito faz-te calmo e bom proveito quando amanhã te levantares e achares que é natural não pensares nessa mulher, então tudo vai mal   quando te ouvires a falar mete a cabeça para dentro quando te ouvires a falar encolhe os ombros num lamento nem penses nisso, então tudo vai mal tudo vai mal vai de mal a pior e essa coragem, se és capaz faz-te um homem, rapaz   já viste o que um dia faz?   e se esta noite passar há-de te irritar o dia e se esta noite evitar o que a estupidez faria pára com isso, então tudo vai mal tudo vai mal vai de mal a pior e essa coragem, se és capaz vá lá, faz-te um homem, rapaz modera a ansiedade de te veres a eito faz-te calmo e bom proveito faz-te um homem, rapaz já viste o que um dia faz?
3.
Não quero os pés assentes no chão Isto é tudo meu E enquanto pairo a alguns centímetros do chão Isto é tudo meu Nada me pára Corro de olhos fechados Entre corpos amorfos Corro com o tempo mas este não corre comigo Nada me pára A pedra é dor entranhada na pele São lascas de mármore entranhadas na pele Coço as feridas que tenho na pele Fica a mazela, essa sim, carrego com ela Faz de mim o que sou Pó entranhado na pele Escorrego sem medo ao longo de um corrimão Sinto o corpo vibrar à velocidade do som Só que um passo em falso manda-me ao chão Fica a mazela, essa sim, carrego com ela Faz de mim o que sou Pó entranhado na pele Não quero os pés assentes no chão Isto é tudo meu
4.
quero trincar os teus ossos e roer-te os nervos enquanto troveja cravar os meus dentes nos teus braços e farejar-te o peito longe da aldeia um carro mergulha no nevoeiro e enquanto dura caminho pelo teu corpo lambendo a água da chuva e eu a abocanhar-te esse pescoço a alimentar-me do teu corpo a noite inteira cantar-te a balada do coiote sem manhas, só sabor à luz da lua cheia ...longe da aldeia ...longe da alcateia cada trovão são mais tantos segundos até que separo o meu corpo de ti mais um trovão e suspiras por fim ...ah ... quando troveja... cada trovão são mais tantos segundos e enquanto dura caminho pelo teu corpo lambendo a água da chuva
5.
BRUXAS 04:14
quero que me olhes enquanto contas essa tua história quero ver a tua expressão mudar enquanto te mostro que não me convences afinal, nesse conto de fadas quem és? a beladona no pau de vassoura onde te roças para voar elevou-te demasiado bruxa. sua bruxa. bruxa. és uma só no meio de muitas bruxas. e por que raio partilham as poções? e dessas convenções que por vezes duram meses porque é que queimam sempre alguém, que por si só estaria queimado? não vos chegam as bolhas? será precisa a carne? e se ao voar pela lua cais, quem vai impedir as minhocas de te comerem? (que estas te comam toda) és feia... és feia, bruxa. a flor que trazes ao peito é uma farsa está podre contigo só corvos...nem gralhas...só corvos.
6.
ALDEIA 04:35
vim dar uma volta à tua aldeia já não volto quis fazer do mundo a tua aldeia já não volto quem me dera poder cravar as unhas dos pés às raízes, coalescer, e deixar que as minhas rebentem e aqui na tua aldeia tão longe da minha lamber do chão a certeza da natureza até que os nossos frutos, no chão, comidos por larvas se entranhem na terra mãe que eu não pense que isto vai ser bem assim vim dar uma volta à tua aldeia já não volto quis fazer do mundo a tua aldeia já não volto quem me dera poder deixar tudo para trás embalado e beber das enxurradas a lama ainda quente mas não penses que isto vai ser sempre assim não te esqueças do podre das feridas abertas que deixaste ao sol a secar
7.
DÁ-ME DOR 03:11
dá-me dor, dá-me muita dor. rasgam-me os pés descalços as ostras na rocha ao sol e trago já os olhos baços deste nosso humor sem sal dá-me dor, dá-me muita dor. sugam-me os dedos flácidos as águas esquecidas ao sol restam-me uns ossos fracos vestidos num corpo mole dá-me dor, dá-me muita dor.
8.
MORDE-ME 02:46
morde-me de uma vez por todas, morde-me já que essas trincas não deixam senão um rasto de baba quente vá morde-me e deixa-me ter o prazer de sentir a dor aguda desses dentes cravados bem fundo na minha pele vá... se isso que queres, fá-lo! morde-me andas mansinho há tempo demais e eu não consigo deixar de pensar no lobo que em tempos foste vá morde-me e rasga essa trela que te mantém um cão inerte deitado aos pés de quem te oferece uns restos vá... se isso que queres, fá-lo! lembra-te do lobo que foste.
9.
SE 03:18
parece que foi ontem que anunciaste a nossa morte viraste-me as costas à espera que te chamasse ou mesmo que te puxasse pelo braço esquerdo e o prendesse atrás das tuas costas enquanto te beijava salivando a culpa amarga do fundo da boca e no entanto quem esperou fui eu quantas vezes vi esse teu filme se ao menos te tivesses virado eu tinha-te beijado salivando a culpa amarga do fundo da boca
10.
hoje podias ser a mulher da minha vida, hoje, só hoje, e só hoje à noite   sendo assim, que tal mais uma bebida?
hoje, hoje, hoje à noite   vem cá, que quero dizer-te uma coisa coisa pouca bem junto ao ouvido o teu corpo em contraluz faz-me sorrir mas eu quero é ver-te nua. ter-te faz-me tremer mas eu quero é beber-te nua.   hoje podia ter mão na minha vida hoje, só hoje, e só hoje à noite   e contigo talvez encontrar uma saída
hoje, hoje, hoje à noite   ainda não é desta custa pensar e então, desisto.    vou beber-te durante uma vida e não só hoje, só hoje à noite.
11.

about

Chifre (2012)

credits

released May 12, 2012

David Jacinto – voz | saxofone alto
David Santos – baixo eléctrico | voz
Gonçalo Ferreira - guitarra eléctrica | voz
João Pinheiro – bateria | voz
Vasco Viana - guitarra eléctrica | voz

produzido por tv rural
gravado por Pedro Magalhães e Bernardo Barata no Golden Pony Studio (Lisboa) em 2011
misturado por Tiago de Sousa
masterizado por Tiago de Sousa e Pedro Cruz

tocam neste disco: Manuel Pinheiro (percussões em todas as músicas), Roca (voz em “quem me chamou”,”faz-te um homem, rapaz”, "correr de olhos fechados", "quando troveja", "bruxas", "aldeia", "dá-me dor", "toma o comprimido"), João Morais (sax tenor em “dá-me dor” e “quando troveja”), Lília Esteves (harpa celta em “aldeia”, voz em “quem me chamou”, faz-te um homem, rapaz", "correr de olhos fechados", "bruxas", "aldeia", "dá-me dor", "toma o comprimido"), Sérgio Costa (flauta transversal em “bruxas”), Magalhães, Barata e Verinha (coro em “toma o comprimido”).

os tv rural são os autores de todas as músicas e letras, excepto “faz-te um homem, rapaz” (letra de Maria João Marques e Joana Barra Vaz), e “toma o comprimido” (letra e música de António Variações).

design gráfico: Eduardo Viana e Vanda Noronha

license

all rights reserved

tags

about

tv rural Portugal

contact / help

Contact tv rural

Streaming and
Download help

Report this album or account

If you like tv rural, you may also like: