We’ve updated our Terms of Use to reflect our new entity name and address. You can review the changes here.
We’ve updated our Terms of Use. You can review the changes here.

filomena grita!

by tv rural

supported by
Nuno Bentes
Nuno Bentes thumbnail
Nuno Bentes Epá!

Que coisa tão boa é este álbum!

Que bons momentos passamos a ouvir isto!

Obrigado! Abraço grande Miguel e Família Bentes Favorite track: navegadores de recreio.
/
  • Streaming + Download

    Includes high-quality download in MP3, FLAC and more. Paying supporters also get unlimited streaming via the free Bandcamp app.
    Purchasable with gift card

      name your price

     

1.
O animal que há em nós Dessas ceias de pessoas feias... retenho a tua cara de asno, a rir que nem um porco, a comer que nem um abutre, e babavas-te que nem um camelo, enquanto te metias com a vaca ao teu lado. essa cadela. Qual camaleão mimetizando um pouco de todos, comia-vos a todos. e os javardos, felizes e contentes que nem babuínos excitados a espumar da boca... nem mesmo as gralhas aguentaram o pavoneio dessa pega rabuda foram-se embora e vocês façam o ninho bem longe de mim nem quero ver. meto-me já na minha toca, escondo-me na toca foge que o animal está à solta... dentro de nós... à solta.
2.
mar 02:38
Mar mar... cheira a mar mar... quero o mar e se as costas me doem é porque daqui não vejo peixe no mar daqui não vejo o mar tanto mar mar... sinto o vento a vir e no mar crescem ondas ...grandes ondas sinto o vento a vir o vento a vir do mar no outro dia, do mar já não vem nada é que aqui não se passa nada e “mar” já não me diz nada.
3.
Navegadores de recreio tu pá... põe-te na alheta pode ser na de bombordo que eu não me importo tu pá... sai-me da frente do vento, não vês que eu quero navegar aliás, a gente quer navegar aliás, todos queremos navegar então sai-me da frente do vento o que a gente quer o que a gente quer é o que a gente quer é que esta barca siga que a barca siga... cantamos os sons de lá para cá e de cá para lá... cala-te boca e ia lá não fosse o leme estar partido e o vento levar-nos conforme quer deixa lá o que não falta é tempo e o tempo tanto vento que tempo tem e com as ondas, as nossa ondas... e com as ondas, as nossa ondas... chegámos a bom porto! levas com o remo na tromba dou-te a comer aos tubarões levas com o remo na tromba dou-te a provar aos tubarões naufragámos numa ilha deserta nunca mais daqui sais diz adeus à estrela do Norte aqui há dois sóis esquece as aguas calmas ficamos por aqui
4.
sagres 05:11
"Sagres" o nevoeiro que trago na cabeça vem cá para fora em forma de bola cada uma mais espessa que a outra dizem que é do fumo do tabaco que fumo mas eu acho que é do fumo do mundo a arder não do fumo do tabaco que fumo é mais do fumo do mundo a arder do perfume do mundo a arder contudo há sempre a hipótese de se tratar de um curto circuito dizem que se dispersa como vento Norte mas eu sinto-o a abraçar e não me quer largar pelos vistos não me quer largar nem com o vento do norte se dispersa o mundo acaba aqui onde a água dura em pedra dura tanto bate até que cura cura-me o ânimo
5.
escafandro (free) 03:14
"Escafandro" Caminhei pela ribeira do lixo Até que toquei no lodo macio Caminhei pela ribeira do lixo Avancei no lodo macio Agasalhado pelo calor da certeza do escafandro umbilical Desbravando a floresta dos detritos Encontrei um canavial E assim encalhado num bar Diante dum copo vazio Conversando com rãs Falei-lhes do lodo macio e de como passeei com o escafandro que me deste Agasalhado pelo calor da certeza do conforto umbilical Resgataste-me da floresta dos detritos O teu pescoço é o meu anzol Passeei com o escafandro que deste Passeei com o escafandro que deste
6.
agosto 04:46
"Agosto" ó preguiça teimosa preguiça pendurada dum galho a preguiçar esparramada num galho a preguiçar a preguiçar preciso de ar e... viver uns anos na província ó preguiça teimosa província teimosa preguiça pendurada dum galho, sofá esparramada num galho, sofá a praia é montra, é feira, é fogo. de resto tudo é nítido demais sofá longe do ego, longe das saias e dessa maldita selva esquece o tempo o tempo aquece (deixar tudo para a última da hora)
7.
piano 02:25
"Piano" Ela mordia o piano que a tentava comer de noite e rolava na cama para não ter amanhã o dia de ontem e a desconstruir cidades no motor que a leva às costas leva também outras tantas caras de caso ele mordia o comboio que o fazia correr à noite e rolava na cama para não ter de amanhar o dia de amanhã e a deambular na cidade no rumor matinal das máquinas ela entre as caras e ele entre as gentes caras de caso
8.
tens tempo 04:05
"Tens tempo" Só eu sei como me sinto sinto-me bem aqui contigo ninguém disse que ia ser fácil já sabias que ia doer e se a alguém parece fácil logo irá saber que enquanto suavas na cama à noite pensavas na tua vida à noite mais tarde ou mais cedo tinhas de olhar para ti foi tarde e alguém teve de olhar por ti vais ver que ainda tens tempo para muito resta saber até que ponto estás disposto a mudar os teus hábitos à noite ai a noite... mais tarde ou mais cedo tinhas de olhar para ti foi tarde e alguém teve de olhar por ti foram dias a soro e quando há males que vêem por bem são dias a soro, muitos dias a soro tens a chave da tua morte mas nem sequer estás às portas da morte
9.
"Assunto Sério" Senta aí, bebe outro copo Temos muito para falar Esquece as horas desta hora E em falar da demora Que transportas no olhar Chega aqui, puxa a cadeira Não passou tempo nenhum Eu não tenho feito nada Tu ris-te e achas piada Sei de cor e devagar o teu corpo As tuas falhas, essas linhas, as muralhas Que eu trepava e num instante Te oferecia o meu domingo Como se fosse importante Moro do outro lado do mundo Tu vieste nem sei de onde Do lado morto da luta Sem bandeira ou poesia Nem sei como começou Agora é fogo, agora é mar o teu corpo Essa memória, o sorriso, a velha história Que eu cuidava e num instante Te oferecia o meu domingo Como se fosse importante Estamos perto, e de repente Tenho o corpo em alvoroço Dizes: "está mas é calado, Não há nada para falar" Agora é fogo, agora é mar o teu corpo Essa memória, o sorriso, a velha história Que eu cuidava e num instante Te oferecia o meu domingo Como se fosse importante
10.
"Viagens de Carro" sobre a incapacidade para organizar o tempo que tenho sinto-me com autoridade para discutir o assunto mas prefiro dormir sobre o assunto prefiro dormir... todas as noites, imagino conversas comigo todas as noites, falamos de tudo um pouco todas as noites, e ainda bem que é só comigo todas as noites, há coisas que resolvo sozinho depois há as viagens, as viagens de carro os esporos dispersam, nas viagens de carro cresce-me musgo, nas viagens de carro atrás das orelhas sobre o nervoso miudinho que me faz querer sair daqui até tenho vontade de discutir o assunto mas prefiro dormir sobre o assunto prefiro dormir... todas as noites, sorrio com medo àqueles todas as noites, que me topam há já algum tempo topam-te bem, mas mantêm-se ao longe topam-te bem, fizeram a escolas juntos depois há as viagens, as viagens de carro os esporos dispersam, nas viagens de carro cresce-me musgo, nas viagens de carro atrás das orelhas A floresta na minha cabeça, invade-me o peito e mergulha fundo, no fundo do meu umbigo cuspo bolas de pêlo e limpo a boca com as costas das mãos e depois... há as viagens, as viagens de carro...
11.
eu no muro 02:12
"Eu no Muro" Agora vou-me levantar, vestir, comer e pôr-me a andar que já se faz tarde, muito tarde, são três da tarde. ...E eu para aqui a sonhar com dois bois... já se faz tarde, muito tarde ...ainda agora era dia e caiu a noite... eu vi um traço no muro eu vi um traço no muro eu vi... deixei-me ficar, para ver onde é que isto ia dar, e não vai longe, tal como eu não vou longe, ...e pensar no que fomos os dois... não vou longe, nada longe, ...vou esquecer os tais planos para depois... entrei para dentro do muro entrei para dentro do muro e lá fiquei... emparedado no tempo a ser comido por dentro.

about

Catadupa! (2007)

credits

released December 31, 2007

Produzido por tv rural.
Gravado em 2006 por Ricardo Jacinto e Gonçalo Ferreira nos estúdios: Deita b (Lisboa), Estúdio 65 (Oeiras) e Estúdio On Air (Lisboa)..
Misturado e Masterizado por Renato Quaresma e Gonçalo Ferreira no Estúdio On Air (Lisboa).

Os temas "Assunto sério", "Viagens de carro" e "Eu no muro" foram gravados ao vivo no estúdio Armazém42 em Janeiro de 2007 para os "Concertos de Bolso" da Antena3. Gravado e Misturado por João Eleutério.

Todas as letras e músicas por tv rural, excepto "Piano" (letra de Joana Vaz) e "Assunto sério" (letra de Mª João Marques).

license

all rights reserved

tags

about

tv rural Portugal

contact / help

Contact tv rural

Streaming and
Download help

Report this album or account

If you like tv rural, you may also like: